quinta-feira, 1 de agosto de 2024
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Desnível entre Flamengo e Palmeiras fez o 2 a 0 parecer barato: o confronto não acabou
Quando o sorteio indicou um Flamengo x Palmeiras nas oitavas da Copa do Brasil, qualquer uma das duas torcidas receberia um 2 a 0 na partida de ida como uma grande notícia. Ocorre que o Maracanã assistiu ao encontro entre o melhor Flamengo de 2024 diante de uma das piores versões do Palmeiras de Abel Ferreira, dono de um plano conservador que jamais funcionou, fosse por questões coletivas ou por uma fase em que, individualmente, há muitos jogadores abaixo do melhor rendimento. A ponto de ser possível imaginar que alguns rubro-negros tenham lamentado que o domínio não tenha resultado num placar mais elástico.
É possível abordar este jogo a partir das virtudes do Flamengo ou dos defeitos que o time paulista apresentou no Maracanã. É raro ver um jogo do time de Abel em que tantas ideias planejadas pelo treinador funcionem tão mal. A entrada de Richard Ríos para auxiliar Giay pelo lado direito não evitou as combinações entre Ayrton Lucas e Cebolinha no início do jogo. Tampouco a presença do colombiano deu o suporte que Abel Ferreira esperava para os avanços do lateral-direito. Na esquerda, Felipe Anderson ajudava Caio Paulista na marcação a Gérson e Varela. Mas a mobilidade do meia rubro-negro, talvez o melhor homem da partida, superava o plano defensivo alviverde e deixava Felipe Anderson distante das ações de ataque. Reduzido a bolas longas diante de um Flamengo que marcava muito bem a saída de bola do rival, o Palmeiras isolou Rony e terminou o jogo com apenas duas finalizações.
Já o Flamengo arrematou 19 vezes. E o fez a partir de um jogo muito bem planejado. Primeiro, pela forma como lidou com a marcação por encaixes do Palmeiras. O time de Abel nem realizava perseguições tão longas aos jogadores do Flamengo, mas os movimentos de Gérson e Arrascaeta criavam imensas dificuldades para Caio Paulista e Aníbal Moreno, em tese os responsáveis por marcá-los. De La Cruz também criava grandes vantagens sobre Zé Rafael, mas foi pelo lado esquerdo que o Flamengo criou suas melhores situações nos 20 minutos iniciais. O entendimento entre Everton Cebolinha e Ayrton Lucas abria corredores bem aproveitados na defesa adversária.
A lesão de Cebolinha fez o domínio do Flamengo resultar em menos chances na parte final da primeira etapa. Luiz Araújo, que entrou como substituto, tem mais dificuldade em se mover da esquerda para o centro, e parecia provável que Tite o movesse para a direita no segundo tempo, passando Gérson para o lado oposto. Aparentemente, o treinador não quis mexer em tantas peças e manteve Luiz Araújo na esquerda: por ali, o atacante foi decisivo.
Mas o futebol é um jogo curioso. Após passar tanto tempo construindo e perdendo chances contra uma defesa posicionada, o Flamengo encontrou seus gols em recuperações de bola e ataques rápidos. Assim, conseguiu acelerar contra uma linha defensiva desordenada, que se preparava para iniciar um ataque e precisou se recompor às pressas. No primeiro gol, um chute longo foi interceptado por Léo Pereira. Quando a bola chegou a Gérson, Caio Paulista o perseguiu, mas os demais defensores também foram atraídos pelo camisa 8: os espaços se abriram. Inteligentemente, Pedro ocupou um destes espaços às costas dos defensores e aproveitou o passe de Luiz Araújo.
Fonte:Blog do Mansur