quarta-feira, 20 de novembro de 2024
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Zumbi dos Palmares: saiba mais sobre o maior líder do movimento negro no Brasil
Um dos nomes mais conhecidos da luta contra a escravidão no Brasil é Zumbi dos Palmares (1655 - 1695), líder quilombola nascido em 1655 e último líder do chamado Quilombo dos Palmares, que fica na Serra da Barriga, no atual estado de Alagoas.
Na área, que hoje corresponde ao município de União dos Palmares, Zumbi foi a liderança da comunidade livre, composta por pessoas escravizadas que fugiram de fazendas no período escravocrata do Brasil Colonial. Não à toa, o dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado como o Dia da Consciência Negra.
Segundo o instituto, o mais correto é definir que Palmares funcionava a partir da coletividade camponesa, na qual a terra e os bens são comuns a todos os habitantes do local. Dessa maneira, não havia propriedade da terra no Quilombo dos Palmares e, assim, também não havia posses, dinheiro ou classes sociais.
O sistema político do Quilombo dos Palmares funcionava como um tipo de “Estado africano”, no qual existe uma liderança escolhida pela população e um grupo de súditos. O chefe do território, além de eleito, também poderia ser contestado ou mesmo afastado após uma assembleia geral formada por quilombolas.
O que Zumbi dos Palmares fez de importante?
Apesar de ter nascido uma criança livre no Quilombo dos Palmares, Zumbi foi capturado e entregue a um padre da igreja católica quando tinha 7 anos de idade. Durante a infância, aprendeu a língua portuguesa e, aos 15 anos, retornou ao quilombo.
Esses territórios eram uma área de resistência ao sistema de escravidão e, também, representavam a manutenção da cultura africana. Por isso, eram constantemente atacados pelos exploradores europeus, como os bandeirantes.
Zumbi foi a principal liderança do Quilombo dos Palmares entre 1678 e 1695. Ele chegou ao poder após a morte do líder anterior, Ganga Zumba, durante uma disputa interna pelo poder desencadeada por um acordo de paz feito com o governador da então capitania de Pernambuco, que foi mal visto pelos quilombolas.
Zumbi dos Palmares manteve a resistência do quilombo durante 17 anos, em uma postura de luta contra as missões patrocinadas por senhores de engenho e governos coloniais, até o seu assassinato. Por sua atuação e liderança, é considerado símbolo da resistência negra contra o regime colonial e escravocrata, sendo um dos maiores nomes do movimento negro da história.
Como Zumbi dos Palmares morreu?
Em uma expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho com mais de 6 mil homens em 1694, o Quilombo de Palmares foi atacado. Apesar de ferido, Zumbi conseguiu escapar e viveu escondido na vegetação.
Porém, quase 2 anos depois, Zumbi foi traído por um grupo de aliados que participaram da criação de uma emboscada contra o líder, revelando seu esconderijo. Um de seus companheiros, Antônio Soares, foi capturado e torturado até delatar o líder quilombola, que foi morto por um batalhão colonial em 1695.
Como funcionava o Quilombo dos Palmares?
O termo quilombo significa “povoação” na língua banto, que era comum entre a população negra escravizada trazida ao Brasil. Estima-se que o Quilombo dos Palmares foi fundado no final do século 16, chegando a abrigar 30 mil habitantes ao longo dos seus quase 100 anos de existência. A população ocupava 9 aldeias, também chamadas de mocambos (“esconderijos”, em língua banto).
A vida no quilombo funcionava de maneira similar a uma república, na qual a liderança era ocupada por um representante dos habitantes que ali viviam. Porém, segundo o Museu Afro Brasil, por não haver um mandato com tempo específico para a liderança ocupar o cargo, não é possível definir o território como uma república propriamente dita.
Segundo o instituto, o mais correto é definir que Palmares funcionava a partir da coletividade camponesa, na qual a terra e os bens são comuns a todos os habitantes do local. Dessa maneira, não havia propriedade da terra no Quilombo dos Palmares e, assim, também não havia posses, dinheiro ou classes sociais.
O sistema político do Quilombo dos Palmares funcionava como um tipo de “Estado africano”, no qual existe uma liderança escolhida pela população e um grupo de súditos. O chefe do território, além de eleito, também poderia ser contestado ou mesmo afastado após uma assembleia geral formada por quilombolas.
A produção material e econômica em Palmares era baseada na produção de cerâmicas, produtos de metalurgia como flechas, foices e facões, artefatos como cestos, cordas e cachimbos e, também, a criação de animais e pequenas produções agrícolas de culturas como farinha de mandioca e manteiga.
O excedente das produções era comercializado com moradores de regiões próximas ao quilombo. Além disso, a população podia, por exemplo, cultivar alimentos em pequenas roças voltadas à subsistência ou comercializar esses itens com outros habitantes do quilombo, prática proibida para pessoas escravizadas pelos europeus.
Fonte: Terra