quinta-feira, 19 de junho de 2025

Corpus Christi: entenda origem dos tapetes e tradições da solenidade celebrada pelos católicos

Celebrado pelos católicos, o Dia de Corpus Christi é uma solenidade que existe há mais de 700 anos. A festa é uma data móvel no calendário litúrgico e acontece na quinta-feira seguinte à semana em que a Igreja conclui o tempo da Páscoa. No Brasil, uma das particularidades da solenidade é a confecção de tapetes eucarísticos com materiais e cores diversas. No Instituto Hesed, a montagem de um tapete com cerca de 100 metros é iniciada duas semanas antes da celebração (veja no vídeo e mais abaixo na reportagem). A mobilização dos fiéis brasileiros para construir os tapetes pode ter sido inspirada no hábito dos europeus de enfeitar casas e montar altares no trajeto por onde passaria a procissão de Corpus Christi, aponta o padre Rafhael Maciel, mestre de Celebrações Litúrgicas da Arquidiocese de Fortaleza. O sacerdote, que também é pároco na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Fortaleza, conversou com o g1 sobre as origens e as tradições que envolvem o Dia de Corpus Christi. Confira abaixo. Quando o Dia de Corpus Christi foi instituído? Um documento do papa Urbano IV instituiu a celebração do Corpus Christi em 11 de agosto de 1264. Conforme o padre Rafhael Maciel, o pontífice tomou essa decisão baseado em dois eventos ocorridos anteriormente: A visão de uma leiga belga, que depois se tornou religiosa e veio a ser reconhecida como Santa Juliana. Nesta visão, Jesus anunciava a ela que gostaria que houvesse uma festa em honra à eucaristia. O milagre ocorrido na cidade italiana de Bolsena. Um padre alemão que estava a caminho de Roma apresentava dúvidas sobre a presença de Jesus na eucaristia. Ao celebrar uma missa em Bolsena, gotas de sangue jorraram da hóstia e mancharam o corporal (pedaço de pano utilizado no altar). O papa Urbano IV foi até Bolsena e viu o corporal manchado de sangue. Para o pontífice, este milagre confirmou a visão da religiosa. Foi criada, assim, a solenidade de Corpus Christi, que significa “Corpo de Cristo”. O que é celebrado no Corpus Christi? A eucaristia é o motivo central da solenidade. Para os cristãos católicos, ela representa a presença real de Jesus na forma do pão e do vinho. Para o padre Rafhael Maciel, a data lembra a promessa de Cristo de que os seus seguidores não ficariam sozinhos. “Foi o modo que Ele escolheu para permanecer de fato conosco, ao nosso lado, de um modo misterioso, ali nas espécies do pão e do vinho. Mas a gente crê: Ele está ali. Estando no sacrário, a qualquer hora eu posso ir lá e entrar numa igreja, onde está o Santíssimo Sacramento e rezar”, comenta o sacerdote. Ele aponta que outro sentido importante da solenidade é lembrar que estar em comunhão com Jesus é também estar em comunhão com os outros fiéis, partilhando este momento por meio da solidariedade a da atenção às necessidades das pessoas próximas.
O dia de Corpus Christi é sempre celebrado em uma quinta-feira. Segundo o sacerdote, as quintas-feiras marcam o dia em que os católicos recordam a Última Ceia, na qual Jesus distribuiu o pão e o vinho entre os apóstolos. Na tradição da Igreja, este momento marca a instituição da eucaristia: quando Jesus afirmou que o pão era a sua carne e o vinho, o seu sangue. O papa Urbano IV instituiu que o Corpus Christi seja celebrado sempre em uma quinta-feira após a semana do domingo de Pentecostes (celebrado 50 dias após o domingo de Páscoa). O Corpus Christi não vem na quinta-feira imediatamente depois de Pentecostes, mas na quinta-feira da semana seguinte. Por exemplo: em 2025, a festa de Pentecostes foi no dia 8 de junho, e Corpus Christi será celebrado no dia 19. É feriado? O Corpus Christi é um dia de preceito na Igreja Católica. Isso quer dizer que é dia de participação obrigatória na missa. No Brasil, os municípios têm liberdade de considerar a data como feriado. Em 2025, Corpus Christi será feriado em mais da metade das capitais brasileiras. Embora não seja feriado nacional, boa parte das cidades mantém a folga que permite a participação dos fiéis. Como explica o padre Rafhael, esta tendência não é observada em países onde houve maior separação entre Estado e Igreja. “Dando um exemplo atual: na Itália, a quinta-feira de Corpus Christi não é um feriado nacional. Então porque não é feriado nacional, a Igreja geralmente transfere essas grandes solenidades para o domingo seguinte, que é de folga para a maioria das pessoas”, contextualiza o sacerdote. Quais as tradições envolvidas na solenidade? As missas solenes e as procissões de Corpus Christi marcam as celebrações em todo o mundo. No Brasil, a confecção de tapetes coloridos com diversos materiais costumam envolver as comunidades na preparação para a festa. O padre explica que, geralmente, a procissão de Corpus Christi acontece após a missa solene. No entanto, o momento da procissão não é fixo e fica a critério de cada local. O percurso é feito com a exposição da hóstia consagrada em passagem pelas ruas. Cada pároco escolhe os locais para a realização de três bênçãos durante o trajeto. “A confecção dos tapetes é uma demonstração de fé e amor. O povo tem um cuidado muito grande para ninguém pisar nesses tapetes antes de o padre passar com o Santíssimo Sacramento. Porque, no coração das pessoas que fizeram, ele foi feito pra que Jesus Eucarístico passasse ali por cima. Então, ele é o primeiro que pisa ali”, detalha padre Rafhael. Há mais de 20 anos, religiosos do Instituto Hesed confeccionam o tapete especial por onde passa a procissão de Corpus Christi. Com areia colorida e desenhos sacros, a peça é inicialmente planejada para trazer um tema diferente a cada ano. A montagem do tapete começou no dia 5 de junho. Com cerca de dois meses de antecedência, uma equipe com quatro irmãs do instituto de vida religiosa definiu os elementos que seriam trazidos este ano. O tapete deste ano tem quase 100 metros de extensão e traz elementos que ajudam a contar a história da Igreja Católica e elementos da catequese. Alguns deles são o desenho em que Jesus entrega as chaves do céu para São Pedro e as representações dos sacramentos. Conforme a irmã Maria Clara, o objetivo é utilizar a arte e a beleza para convidar as pessoas da comunidade a refletir sobre a própria vivência da fé. Nos dias em que o tapete é montado, quase todos os religiosos do instituto se envolvem de forma direta ou indireta. Eles costumam rezar o rosário enquanto trabalham na peça e afirmam que o processo de confecção já é parte da espiritualidade do Corpus Christi. Segundo a irmã Maria Esperança, este momento é bastante esperado e fortalece os momentos de oração e de alegria fraterna no trabalho conjunto. “É bastante cansativo, e em dez minutos acaba tudo, porque depois da procissão não sobra nada, nem dá pra reconhecer [o tapete]. Mas isso pra nós não é uma tristeza, é exatamente o contrário. A gente trabalha numa expectativa… é pra esse momento, é pra Jesus. Então esse momento tem um toque especial”, afirma a religiosa. Durante as semanas de confecção, o tapete é protegido com toldos montados para evitar a exposição à chuva e para permitir que o trabalho também seja feito nos horários de sol intenso. Na sede do instituto, a procissão de Corpus Christi é feita após a missa, saindo do galpão Bento XVI até a Capela do Menino Jesus. Com a chegada do Santíssimo Sacramento (a hóstia consagrada), é feito um momento de adoração na capela. Fonte:G1/CE
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